terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Aprendendo a nos amar





"Em verdade, o exercício da aprendizagem do amor inicia-se pelo amor a si mesmo e, consequentemente, pelo amor ao próximo, chegando ao final à plenitude do amor à Deus.
Esses elos de amor se prendem uns aos outros pelo sentimento de afeto desenvolvido e conquistado nas múltiplas experiências acumuladas no decorrer do tempo em que nossas almas estagiaram e aprenderam a conviver e melhorar.
Muitos de nós nos comportamos como se o amor não fosse um sentimento a ser aprendido e compreendido.Agimos como se ele estivesse inerte em um mundo íntimo, e passamos a viver na espera de alguém ou de alguma coisa que possa despertá-lo do dia para a noite.
Vale considerar que, quanto mais soubermos amar, mais teremos para dar; quanto maior o discernimento no amor, maior será a nossa habilidade para amar;quanto mais compartilhá-lo com os outros,mais ampliaremos nossa visão e compreensão a respeito dele.
Iniciamos a conquista do amor pleno pelos primeiros degraus da escada da evolução.No começo, nossas qualidades e valores íntimos se encontravam em estado embrionário e, ao longo das encarnações sucessivas, estruturaram-se entre as experiências do sentimento e as do raciocínio.Quando congelamos a concepção sobre o amor, passamos a enxergá-lo de forma romântica e simplista.
O amor a Deus e aos outros como a si mesmo é noção que vai se desenvolvendo pelas bênçãos do tempo.As belezas do Universo nos são reveladas à proporção que amamos;só assim nos tornamos capazes de percebê-las cada vez mais e em todos os lugares.
Disse Jesus que toda a lei e os profetas se acham contidos nestes dois mandamentos:"Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu
entendimento.Esse é o maior e o primeiro mandamento.O segundo é semelhante a esse:Amarás a teu próximo como a ti mesmo".
Apenas damos ou recebemos aquilo que temos.Quem ainda não aprendeu a amar a si próprio não pode amar aos outros.Não peçamos amor antes de dá-lo a nós mesmos, pois o amor que tenho é o que dou e o que recebo.
À medida que aprendemos a nos amar, adquirimos uma lucidez que nos proporciona identificar nos conflitos um alerta de que estamos indo na direção contrária a nossa maneira de sentir e de pensar.Quanto mais aprendemos a nos amar, mais nos dinvinculamos das coisas que não nos são saudáveis, a saber: pessoas, obrigações, crenças, e tudo que possa invadir a individualidade e nos prostrar ou rebaixar.Muitos chamarão esta atitude de egoísmo, no entanto deveremos reconhecê-la como o ato de amar a si mesmo.
Quando nos colocarmos a serviço do amor verdadeiro, a auto-estima nascerá em nossa vida como valiosa aliada nas dificuldades existenciais."

Capítulo 2 do livro "Um modo de entender uma nova forma de viver" de Francisco do Espírito Santo Neto,ditado por Hammed.

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