terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Mansidão, uma palavra rejeitada.


"Usá-la para referir-se a alguém soa como um xingamento, como se disséssemos:"Fulano é um infeliz!Não tem reação nenhuma!Corre água em suas veias."
Isto porque estamos distanciados da angelitude, e a violência é o clima próprio da personalidade humana, ainda próxima da animalidade.Por isso os que exteriorizam impulsos de agressividade são chamados "homens de verdade".Mas são estes, também, que geram a infelicidade no lar, o desentendimento no ambiente profissional, a discórdia na sociedade, as lutas entre os indivíduos, as guerras, a confusão no mundo.
Se diante da rudeza humana a mansuetude parece vexatória, quase um mal, diante de Deus ela representa um passo decisivo no caminho do aprimoramento moral, realização básica para que nos habilitemos a viver em plenitude.
Assim como a humildade nos liberta das pressões exteriores, que nos induzem ao cultivo das ambições humanas, a mansuetude nos liberta das pressões interiores, que nos situam como um vulcão prestes a entrar em erupção, extravasando lava ardente em atos e palavras, sempre que surjam a contrariedade e dissabor.
Se o familiar faz uma observação menos feliz ou comete algum engano, solenizamos o assunto, conturbando o ambiente doméstico...
Se alguém nos ofende, ou revidamos imediatamente, ou nos sentimos terrivelmente angustiados...
se sofremos prejuízo material, empolgamo-nos pela irritação, pensamos em processar os responsáveis e por longo tempo apresentamo-nos inquietos e perturbados...
O nosso centro de gravidade emocional não tem raízes em nós mesmos - permanecemos flutuando, ao sabor das circunstâncias.
Já o indivíduo manso consegue sobrepor-se aos acontecimentos, mantendo-se calmo e equilibrado, sem reações negativas, não porque seja impassível, não porque não se importe, mas simplismente porque é dono de si mesmo."(Trecho de texto extraído do livro "A voz do Monte"de Richard Simonetti)

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